Quem
não guarda, dentro d’alma,
uma lírica saudade menina
da primeira alegria no circo?
Quem não se lembra do velho palhaço
de roupas com muitos babados?
Um espicha-encolhe querendo cair?
Gostosa
música de muitos encantos,
anúncios pelo dono de roupa lamê,
assegurado respeito ao domador do leão.
Lindas as moças vendendo saúde,
louros meninos voando em trapézios.
Um a um, a força e o equilíbrio
do mundo,
a beleza de todos os sonhos.
Quem não se lembra?
Bom
viver estas doces lembranças,
pois haverá sempre em nós
o gostoso do circo:
rico, em tapetes-veludo,
pobre, em chão de poeira,
mas sempre em visão de brilho,
sempre um jeito bonito.
Tudo mais que um sonho acordado!
Nada
é mais jovem, mais criança
que o primeiro espetáculo de
circo…
Nada,
nada mais!