Não
fui
menino
de
entrar
de
graça
nos
circo,
não
tinha
jeito
de
correr
atrás
do
palhaço,
gritando
a
propaganda
para
ganhar
a
entrada.
Não
tinha
disposição
nem
coragem
de
entrar
por
baixo
do
pano,
escondido,
como
faziam
os
colegas
de
escolas.
Quando
eu
não
tinha
dinheiro,
em
manhãs
de
sábado,
vendia
coisas
na
feira,
ou
meu
pai
pagava
os
ingressos.
Eu
entrava,
no
circo,
sempre
de
roupa
limpa
e
bem
engomada
por
Silvina
Melana.
Sapatos
brilhando,
que
eu
mesmo
engraxava,
cabelos
lisinhos:
brilhantina
ou
glostora.
Menino
que
entrasse
sujo
e
descalço,
tinha
que
ajudar
o
palhaço,
ou
servir
de
amarra-cachorro.
Menino
que
queria
ser
importante
tinha
que
levar
cadeira
da
sala-de-visita
e
dois
saquinhos
de
pipocas
que
vinham
de
Montes
Claros.
Melhor
caprichar
nos
detalhes
para
dar
brilho
aos
olhos
da
namorada…